Fui diagnosticado com esquizofrenia aos dezenove anos. Tenho hoje 47.

Nesse meio tempo experimentei várias terapias e inúmeros remédios. Infelizmente, fui refratário a quase tudo. Além disso, como costuma acontecer

em casos difíceis, cabia a mim buscar soluções para o meu problema.

A solidão foi forte, bem como os sentimentos de impotência, exclusão e apatia.
No entanto, consegui ter a concentração para fazer algumas leituras filosóficas, e elas me salvaram. Descobri nas propostas de filósofos como o chinês Chu Hsi, o indiano Shankara ou o romano Marco Aurélio, uma maneira saudável e sociável de viver. Suas ideias, postas em prática, diminuíam os sentimentos agressivos e aumentavam a solidariedade, o amor pela humanidade. Isso possibilitou meu movimento de chegar até as pessoas. Mesmo em meio aos delírios, pude me manter em contato com a realidade.
Após esse primeiro passo, dei outros, também auxiliado por minhas leituras filosóficas. Nessa palestra compartilharei com a plateia a minha aventura.
Muitos dos meus dramas são vividos por inúmeras pessoas, em maior ou menor grau. Você se surpreenderá com as soluções que encontrei, e que são relevantes para muitas condições típicas da modernidade, como a falta de pertencimento, as ilusões, a falta de autonomia e a apatia.