A síntese
Quais os argumentos do diagnóstico?
Foi muito baseado em Freud. A figura do pai repressor. A criança sofre para aprender as regras do mundo com o pai e os famosos segundos pais.
Daí um problema meu com autoridade. O "tarka" da questão. Tarka é uma consequência observável da sua tese. Ou seja, sendo a repressão paterna a tese, a consequência observável era minha indisposição com qualquer autoridade.
Foram usadas frases do meu pai que repeti para evidenciar mais. Foi usada uma ligação telefônica onde sem querer imitei a voz do meu pai. Foi usada uma briga que tive no colégio. Foi usada a marca de cigarro que eu fumava: a mesma que meu pai.
Foi dito que eu mentia sobre meu conhecimento de inglês, para agradar meu pai.
Foi ouvido ad nausem o depoimento da minha mãe. Ela garantiu que meu pai a maltratara muito e que eu tinha presenciado, tinha esboçado defendê-la mas tinha sido intimidado pelo meu pai.
Isso tudo é falso, foi arranjado nos intuitos do artigo anterior.
A realidade ninguém sabe ao certo, ninguém nunca saberá ao certo, mas aqui vai um pouco da minha memória.
Primeiro: não me recordo de ver meu pai maltratando minha mãe. Na verdade o oposto, me lembro claramente por exemplo de uma noite em que ela agrediu meu pai fisicamente na frente dos filhos sem nenhuma responsabilidade. Me lembro da minha mãe também totalmente embriagada promovendo um escândalo de horas. Dois eventos traumatizantes na minha vida. Me lembro do dia seguinte à embriaguez quando olhando os demais passageiros do ônibus tive a sensação de ser mais um ali, apenas mais um sofredor.
Minha mãe maltratar meu pai foi pra lá de traumatizante. Nunca teve um puto de um psicólogo que me ajudasse nisso aí. Todos empregados da causa judaica. Uma vez que o complexo de Édipo não contempla mãe repressora, caiu fora a hipótese correta.
Muito se fala da minha bissexualidade. Os psicólogos elogiam a não poder mais. Só que o pouco que tenho de fato disso aí, é fruto de um total abuso, uma total humilhação, dia trágico também na minha vida e de novo, o que ouço é " criança aproveita o sexo melhor que adulto" , " você é feliz porque aprendeu uma prática sexual diferente" .
Vamos pensar um pouco. Freud dizia que se aprende a duras penas as regras a seguir. Não foi assim para mim. Eu ao contrário, tinha prazer ao descobrir qualquer regra que fosse e passava a seguir. Porque queria me integrar ao mundo e não só isso, queria passar despercebido onde quer que fosse. Repetir meu pai era uma esperança de passar despercebido. Se ele tinha mais experiência, convinha falar o que ele falava. A chance de não ser notado era maior.
Um tarka disso foi a maneira como declarei à uma menina. Situação horrível para quem quer passar despercebido. O que eu fiz? Imaginei uma frase? Jamais! Copiei de um filme, a chance do filme estar certo era maior, e talvez o melhor para evitar exposição.
A ideia de que é doloroso o aprendizado não corresponde à minha vida. Estive sempre aberto. Pelo contrário, o que eu queria era que meu pai, ou alguém, me dissesse, olha você tem que agir assim ou assado.
Quando vi o islão senti um pouco disso. Quem sabe eles tem um jeito de ser que eu faço igual e transito por aqui mais anônimo.
Um tarka disso foi que a carreira militar chegou a me atrair. Não segui por considerar ruim o exército brasileiro. Não sei se existe algum exército realmente camarada, mas se houvesse teria me alistado.Óbvio que em tempos de paz. Não pensava na luta, só na disciplina.
O que também, francamente, alguém com problema de autoridade, vai cogitar a carreira militar?
Toda aquela história de criatividade. Na matemática tem bastante, mas não é exatamente a carreira dessa gente, porque também é disciplina. Mas aqui outro tarka para eles: por que a carreira que mais admirei minha vida toda foi matemática?
Adorei na minha adolescência o filme balada do soldado. Me lembro da frase final: poderia ter sido um arquiteto, poderia ter sido um artista, mas foi apenas um rusky soldata.
Por que esse filme? É estética de gente arrivista? Porque sim, psicanálise é mais para arrivista do que para acomodado, convenhamos.
Houve um grande conflito da minha mãe com o filme Berlin Alexanderplatz que eu assisti.
Primeiro porque o filme não é sonhador, é filme para gente madura.
Mas tem mais lá. Os personagens se põem no lugar uns dos outros. Muitas cenas sensacionais disso. E é interessante porque essa é a habilidade que minha mãe menos tem. Ela é incapaz de se por no lugar de outra pessoa. O que explica até ter sugerido incesto comigo algumas vezes.
`Por que ninguém ouve essas afirmações?
Porque não são contempladas no famoso "Complexo de Édipo".
Era preciso propagandear a psicanálise, lembra-se?
Mas a realidade da minha vida foi outra.
Na adolescência minha mãe disse ao meu pai que eu era viado. Isso é vendido por aí como uma abertura dela e uma repressão do meu pai.
Agora, uma pergunta óbvia, se minha mãe queria me ajudar, por que não me explicou que meu pai me maltratava por achar que eu era viado?
Ela nunca quis me ajudar. Apenas psicólogos inescrupulosos deram laudos falsos, comprovando o Complexo de Édipo, que é uma das marcas , se não a marca, da psicanálise.
Meu pai me maltratou, mas por estar já perdido na vida, tão surpreendido que ele foi por uma violência insuspeita da minha mãe. Minha mãe é enganosa. Ela aprendeu desde cedo a mentir. Mentiu muito para meu pai. Por exemplo dizendo-se engajada no movimento de esquerda, coisa que nunca fez.
A psicanálise é vaga quanto a ética. Induz as pessoas a obedecer a lei porque se desobedecerem vai ser pior, e não porque seria benéfico espiritualmente obedecer.
Ora, o que mais interessa à uma pessoa sem empatia? Uma ideologia sem culpas!
Aí se vê! Por isso minha mãe apoia tanto esse processo.
O que aconteceu na minha infância, como já observei, foi que chamei a atenção do meu pai, ele passa a se dedicar mais a mim do que à minha mãe.Ela fica com raiva. Isso foi fato. Agora, por que não é considerado? Porque não está previsto em Freud!
Um dos efeitos mais desagradáveis da clozapina foi a inibição do orgasmo.
Minha mãe foi ( e é ainda) entusiasta incondicional dessa droga.
Primeiro: óbvio que não se põe na minha posição.
Mas segundo, mais peculiar: o que é essa área da vida pra ela? Ela vê diferente. A falta de empatia talvez, a faz ver isso diferente. É moeda de troca. O maior prazer da minha mãe era chegar em casa e deixar meu pai perceber que o psicanalista a tinha comido. Porque foi tudo que ela percebeu na vida. Ela percebeu que podia vender seus favores.
Quando namorei uma menina é marcante a frase dela: soube que você andou agarrando uma menina. - porque lhe era impossível conceber qualquer afeto na relação.
Tudo isso é óbvio. Mas não basta para me darem alta. Porque isso não é terapia, é propaganda judaica pura e simples!
Toda a tese é que maltrato mulher porque meu pai maltratou minha mãe.
Mas eu maltrato mulher?
Tem depoimento convincente disso aí?
É um paradoxo, porque o sucesso disso aí se deve muito ao fato de eu seduzir muita gente.
Qual a explicação dada?
É a de que seduzo por ser o psicanalisado ideal. Rapaz sensível,inteligente e artista.
Eu tenho outra hipótese. Eu seduzo porque percebem que tenho poucas necessidades, possivelmente algo espiritual. Nada a ver com psicanálise. Até o contrário. Não sou perspicaz, sou franco , aberto.
As mulheres meio que percebem Deus em mim. Por isso gostam de mim.
E sabemos também que o caminho religioso difere da psicanálise.
Acho que uma boa explicação, é que nasci geneticamente mais predisposto à lógica.
Meu pai viu isso desde que eu era bem pequeno. Isso o fascinou.
Por isso eu só queria aprender. Minha vida foi assim. O que meu pai quer de mim , o que o mundo quer de mim. Preciso aprender, não questionar. Quando tudo se tornou confuso demais tentei me matar.