Passárgada
Uma vez estava por aí e tive medo. Mas olhei o nome da rua, e era um nome árabe. Pensei, como posso ter medo aqui, se a rua tem nome de um árabe?
Passárgada é na Persia, vou para lá.
Longe de tudo isso. De todos que se intrometem na minha vida. Do preconceito infinito que eu nunca antecipei. Meu próprio irmão me trata mal. Ninguém lê esse blog, nem mesmo os mais próximos.
Não tenho chance aqui! Minha mãe fez macumba para que todos os meus esforços fracassassem.
Quero uma antecipação de um lugar vazio, um lugar que visitei uma vez, não havia nada lá.
Mas estranhamente nunca me senti tão bem!
Em Passárgada tenho que lavar minha roupa, coisa que aqui não faço, mas vale a pena.
Me aproximo do vazio.
Ninguém mais toma posse de mim!
Ninguém mais põe rauvolfia no meu feijão.
A sua própria mãe põe rauvolfia no feijão, a partir daí a fé na humanidade acaba.
Minha esperança é Passárgada.
Aquele sublime momento em que dizemos adeus.
Se " No Trespassing" é a frase mais triste da língua inglesa, " Adeus" é a mais feliz da portuguesa.
É por isso que Passárgada é tão boa. Adeus!
Adieu! Adieu! Forget me ! Forget me!