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Uma visão diferente do amor

Como meus leitores já sabem, de uns tempos para cá tenho explicado a psicologia em termos de viagens extracorpóreas.

O amor não é diferente.

O que é a sedução?

Geralmente é uma promessa de levar o seduzido para algum lugar que ele gostou de estar no passado.

Como?

O ser humano tem a capacidade de adivinhar, não só pelas palavras, mas pela expressão facial do interlocutor, o lugar em que está sua mente.

Às vezes é fácil. O cara sem querer repete uma frase ouvida no capítulo de ontem da novela e percebe-se que a mente dele está lá.

Eu não sei precisar quantos lugares existem. Tem lugares que se visita, essa é a minha impressão.

Esse lugar da novela, pode se referir ao diálogo ouvido, ao ator, ao personagem, à ideia, à música, ou talvez só ao hábito de se ver novelas.

Mas o interlocutor saca que você está lá porque ele também já esteve lá.

O processo sedutório pode ser simplesmente um dizendo ao outro que gosta da mesma música, de uma mesma ideia, algo assim. Nem o sedutor nem o seduzido tem consciência do processo. Apenas parcialmente.

Pelas palavras e gestos a pessoa diz se você vier comigo te levo lá.

Às vezes a sedução é unilateral. Um vê o outro falando possivelmente com um terceiro, vê onde ele está viajando, e passa a sentir interesse.

O amor surge da percepção de que o outro viaja para lugares onde estivemos e gostamos.

Músico é bom de seduzir, todo mundo sabe. É porque a música é a maneira mais fácil de induzir alguém a viajar para algum lugar.

E palhaço é ladrão de mulher. Porque a piada é fatal. É imediata. Leva para o lugar do riso. A mulher não aguenta.

Eu sempre fui palhaço.

Talvez explique um pouco.

Mas a tragédia da minha adolescência foi que a moça achava que eu viajava bem mas não tinha certeza de onde eu estava.

Assim, enquanto ela não confirmasse internamente onde eu estava, não tinha mesmo como me dar oportunidade de me aproximar.

É assim até hoje.

Por que eu ficava vermelho?

Acho que por isso. Eu sabia que estava viajando até o deserto enquanto a turma estava no aero anta.

Aí, iam sacar fácil que eu estava longe, e isso é sim vergonha, porque sobretudo nessa idade queremos viajar para onde está todo mundo.

E também aí difícil para a moça. Esse cara parece viajar bem, mas se viajo com ele vou deixar o conforto de viajar para onde a maioria viaja.

O deserto parece bonito mas não tem ninguém lá.

E também já dizia Chico Buarque : o terceiro me chegou como quem chega do nada.

Atrai também.

E depois eu fui embora. E comigo a promessa daquelas viagens. Viagens que ela sozinha jamais faria.

Por isso o amor não deu certo.

Na adolescência eu viajava para lugares românticos, mas na vida adulta parei de fazer isso.

O que também ajudou a confundir.

É assim que vai.



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